Sabia que você, que é profissional de RH, é essencial no combate à transfobia? O preconceito contra a comunidade Trans alcança vários níveis da sociedade. As organizações têm uma forte responsabilidade em relação à inclusão. Mas apenas vontade não basta.
A área de Recursos Humanos tem um papel fundamental no combate à discriminação. E, por mais que não seja fácil aceitar, profissionais do setor têm faltado com a comunidade trans. Ao menos é o que aponta a pesquisa da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). Dos respondentes, 88% apontam que as empresas ainda não sabem como contratar e manter profissionais trans em seus times.
É reflexo de uma cultura que ainda reproduz preconceito contra pessoas trans. Outro dado muito negativo sobre o Brasil é que somos o país com maior índice de homicídios de pessoas trans (dado da ONG Transgender Europe).
Mais do que a violência física, o assédio a esse grupo causa impactos sociais gravíssimos e dificultam sua entrada no mercado de trabalho.
Algumas estratégias permitem que a área de RH de sua empresa se afirme como uma facilitadora, apoiando a inclusão profissional de pessoas trans.
Bora descobrir como?
Entendendo os desafios da comunidade trans no Brasil
A mesma pesquisa aponta que apenas 4% da população trans brasileira trabalha em empregos formais. É um dado curioso quando cruzamos com outra pesquisa realizada pela LinkedIn. Das empresas entrevistadas, 78% informaram priorizar a diversidade ao realizar uma contratação. Porém, 38% relataram ter dificuldades em encontrar candidatos adequados.
Estas empresas representam apenas uma parcela das organizações brasileiras que rompem com padrões discriminatórios e buscam a diversidade. Mas por qual razão, mesmo nestas empresas, é tão difícil encontrarem candidatos para as vagas?
A resposta está no quão profunda é a marca do preconceito. Ela pressiona homens e mulheres trans a abandonarem as escolas. Em 2017, a ANTRA estimou que a evasão escolar alcançava 82% das mulheres trans e travestis:
56% de pessoas trans e travestis não completam o nível fundamental;
72% não terminam o nível médio de ensino;
Somente 0,02% da comunidade trans ingressam em cursos superiores.
Na disputa por vagas de trabalho, há uma desigualdade gritante de capacitação entre pessoas cis gêneros e transgêneros. Dar preferência das vagas à comunidade trans pode não ser, nesse momento, suficiente para trazê-la para sua empresa.
“Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de sua desigualdade”.
Aristóteles
Por isso há outras estratégias que podem ser mais assertivas para garantir a presença dessas pessoas na sua organização:
estabeleça uma porcentagem de contratação de profissionais trans nos processos seletivos
prepare a equipe de recrutamento, através de treinamento. Lembre-se que o gênero pode se expressar de inúmeras formas e nenhuma delas deve ser relevante para avaliar a competência de alguém
desenvolva programas, dentro e fora da empresa, para capacitar pessoas trans. Prepare-as e contrate-as
e principalmente, prepare os gestores para receber pessoas trans
E não se limite ao processo de recrutamento e seleção.
Inclusão trans que vai além da contratação
Garantir uma boa integração de profissionais trans na sua equipe envolve atenção em duas questões importantes. A primeira é impedir gafes. Para isso, traga para o Onboarding da sua empresa conteúdos de conscientização como:
importância de reconhecer os nomes e sobrenomes sociais
o desconforto causado por perguntas invasivas sobre cirurgias ou tratamentos com hormônios
a convivência em espaços coletivos como banheiros e vestiários
o uso dos pronomes e comunicação corporativa não binária
A segunda questão é garantir que a empresa tenha políticas não apenas de reconhecimento, mas também de apoio:
traga, para a empresa, workshops e palestras conduzidas por especialistas que sejam trans
ajude na adoção do nome social. Não espere a retificação em documentos oficiais para usá-lo. Garanta que o nome social seja utilizado nas mesas, nos crachás, em contas de e-mail e em todas as plataformas de acesso digital
use o nome social nos documentos oficiais da empresa, garantindo que apenas o setor de RH tenha acesso ao nome de registro
ofereça, no benefício do plano de saúde, acesso à terapia de hormônios
ofereça apoio psicológico, através de um psicólogo contratado ou então através de um benefício como a Bolsa Psicólogo.
Como a tecnologia pode ajudar na inclusão
O onboarding digital pode ser crucial para garantir a criação de uma cultura que apoie a diversidade. Através dele você pode apresentar conteúdos de qualidade de forma prática e alinhadas aos valores da empresa.
Sabia que a Hrestart é especialista em Onboarding e admissão digital?
Temos uma plataforma que pode te ajudar bastante neste desafio de incluir a diversidade nos seus times.
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Gustavo Sorrentino
Gustavo Sorrentino é formado em Comunicação Social em Publicidade e Propaganda, iniciou sua carreira profissional na Hrestart como estagiário e logo se viu apaixonado pelo universo de RH e tecnologia. Atualmente é analista de Marketing numa startup de saúde mental.
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